Em visita a Minas Gerais, Embaixador Raffaele Trombetta se reuniu com autoridades do estado e participou de almoço de boas vindas oferecido pela Câmara Italiana de Comércio de Minas Gerais
Foi realizado ontem, dia 27 de fevereiro, pela Câmara Italiana de Comércio de Minas Gerais, com apoio da FIEMG, um almoço de boas vindas ao novo Embaixador da Itália no Brasil, Raffaele Trombetta, em sua primeira visita oficial a Minas Gerais.
Anteriormente ao almoço, ocorreu uma reunião de apresentação do Estado, seu cenário econômico, suas potencialidades e projetos, na qual estiverem presentes, além do Embaixador, o presidente da Fiemg, Olavo Machado; o presidente da Câmara Italiana, Giacomo Regaldo; a Secretária Estadual de Desenvolvimento Econômico, Dorothea Werneck; o Secretário Estadual de Desenvolvimento Regional e Política urbana, Olavo Bilac Pinto, o Secretário Estadual de Turismo e Vice-Presidente da Câmara Italiana, Agostinho Patrus, dentre outras autoridades.
O presidente da Case New Holland e vice-presidente da Fiat, Valentino Rizzioli, também participou da apresentação ao novo embaixador e se mostrou otimista com a possibilidade de intercâmbios tecnológicos e desenvolvimento das economias mineira e italiana.
O almoço, que teve no cardápio pratos preparados com ingredientes típicos de Minas, como o queijo canastra, foi servido para cerca de 60 pessoas, entre elas, autoridades, empresários mineiros e italianos. O evento aconteceu na FIEMG, no edifício Robson Braga de Andrade.
Nascido em Nápoles, em 1960, o novo Embaixador entrou para a carreira diplomática em 1985 e já ocupou importantes funções em Londres, Bogotá, Bruxelas e Pequim, tendo sido também vice-diretor geral para Ásia, Oceania, Antártida e Pacífico; vice-diretor geral para a União Europeia e diretor central para a Integração Europeia. Raffaele Trombetta diz que sua prioridade como Embaixador da Itália no Brasil é a consolidação das relações entre Itália e Brasil e a valorização da presença italiana no país.
Abaixo segue breve entrevista concedida pelo Embaixador Raffaele Trombetta à Câmara Italiana.
É a primeira vez que o senhor vem a Minas Gerais, certo? Quais foram suas primeiras impressões?
É a primeira vez que venho a Minas, mas certamente não será a última. A primeira impressão foi extraordinária, muito positiva. No encontro com o Governador, percebi uma grande amizade no âmbito político, uma amizade entre o Brasil e a Itália, uma relação de boa vontade. Neste encontro de hoje, com os empresários, eu vi um grande interesse em colaborar com a Itália e também uma grande vitalidade do estado de Minas Gerais. Agora tenho ainda uma visita à Fundação Torino e continuarei as visitas para ser apresentado à comunidade italiana.
Quais são suas expectativas para os próximos anos como Embaixador da Itália no Brasil? E o que o senhor acredita que será o seu maior desafio neste primeiro momento?
A expectativa é melhorar ainda mais o que a Itália já vem conquistando, sobretudo no âmbito político, comercial e cultural, com a grande presença italiana aqui. O desafio será não decepcionar a grande expectativa que se tem de ambos os lados, do Brasil e da Itália, visto que o Brasil tem um grande interesse em relação à Itália, como a Itália tem um grande interesse sobre o Brasil.
Como você avalia o processo de votação dos italianos residentes no Brasil nas últimas eleições italianas?
É muito importante que os italianos tenham participado. Nós os encorajamos o quanto foi possível. E é importante que o maior número de pessoas possível participe das votações. Este é um momento fundamental e especial que gerou uma grande atenção, participação e um grande interesse por aquilo que acontece na Itália. Então buscamos encorajar os italianos a votar, quando é necessário votar, e se interessar, participar ativamente de tudo o que há na Itália.
O senhor foi um dos signatários de um documento do Ministero degli Affari Esteri, que dizia que “É no terreno internacional que deverão ser enfrentadas as causas da crise.”. De que forma o senhor acredita que o Brasil pode contribuir para que a Itália supere a crise?
O Brasil pode contribuir como qualquer outro país-amigo, no sentido de desenvolver as relações e tudo aquilo que já estamos fazendo. Existe uma grande complementaridade entre as economias da Itália e do Brasil. Temos muitas empresas italianas presentes aqui, calculamos que são mais de 750. Trabalhamos para que essas empresas possam melhorar seu desempenho com o apoio dos brasileiros. E queremos também um processo contrário, de investimento brasileiro na Itália. Com certeza, isso seria reciprocamente vantajoso. No Brasil existe um grande programa de investimento e na Itália as empresas estão prontas para participar desse processo de abertura.
Em entrevista a revista Comunità Italiana, o senhor disse que seu esforço “será entender e cuidar da presença italiana no Brasil por aquilo que é”. Como o senhor pretende valorizar a grande, forte e antiga presença italiana no Brasil?
Acredito que seja através de encontros como o de hoje, conversando com os italianos que moram aqui, tentando entender a sua experiência e apresentando o que posso fazer por eles. São muitos italianos aqui, são cerca de 30 milhões de brasileiros que têm origem italiana. É uma presença extremamente forte. Então, o que eu pretendo é trabalhar junto a eles, de modo que a Embaixada fique totalmente à disposição para tudo que pudermos fazer por eles e que seja de interesse comum.