Crédito subsidiado do programa habitacional
A inclusão de crédito subsidiado para compra de móveis e eletroeletrônicos no programa habitacional “Minha casa, minha vida”, pelo governo federal, promete dar novo fôlego à indústria moveleira de Minas Gerais. Foi com grande satisfação que os representantes de dois polos industriais mineiros do setor receberam a notícia, apesar de apostarem no aumento da demanda, em decorrência do benefício, somente a partir do ano que vem.
A medida deverá ser anunciada oficialmente pela presidente Dilma Rousseff nesta semana, mas já há informações de que serão custeados os gastos com móveis, geladeiras, fogões, televisores e computadores aos mutuários do programa. A princípio, todos os beneficiados receberão um cartão magnético, que será operado pela Caixa Econômica Federal (Caixa) e pelo Banco do Brasil (BB), e com o qual vão poder adquirir o que desejarem da cesta de produtos. O crédito será subsidiado, com taxas de juros fixas de 5% ao ano, e prazo de 60 meses para pagar. Já o limite de contratação será de R$ 3 mil a R$ 5 mil.
“A ajuda virá em boa hora, uma vez que o setor tem perdido bastante espaço ao longo do tempo. Vários segmentos industriais já chegaram a ser beneficiados pelo governo federal de alguma forma e, enfim, chegou a nossa vez”, afirma o presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias do Mobiliário de Ubá (Intersind), Michel Henrique Pires.
O empresário lembrou que a medida foi pleiteada pelo polo no início deste ano e surpreendeu a pronta resposta do governo federal. O governo, por sua vez, divulgou que a ação foi idealizada pela própria presidente. Em entrevista ao DIÁRIO DO COMÉRCIO há alguns meses, o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, informou que recebeu a proposta dos representantes de Ubá e que, ao levá-la à Presidência da República, descobriu que a ideia já tinha surgido em um outro momento e que não foi adotada em função de burocracias junto a Caixa para incluir mais custos no subsídio.
“De qualquer maneira, será de grande valia para o setor. A demanda vai crescer bastante, principalmente para as indústrias que fabricam móveis para as classes C e D”, prevê o presidente do Intersind. No entanto, Pires admite que a elevação dos pedidos deverá ocorrer somente em 2014, em função da burocracia para aprovação de novos financiamentos.
“Para esse ano não dá mais tempo. Deveremos fechar o primeiro semestre com queda nas vendas e na melhor das hipóteses, encerraremos 2013 com os negócios nos mesmos patamares dos registrados no ano passado. Para 2014, com a nova medida, o cenário poderá ser diferente”, prevê.
Oportunidade – O presidente do Sindicato das Indústrias do Mobiliário e Artefatos de Madeira no Estado de Minas Gerais (Sindimov), Carlos Alberto Homem, afirma que a inclusão de móveis e eletrodomésticos no programa está sendo encarada como uma grande oportunidade pelos empresários do setor.
“Da mesma forma como a construção civil teve o apoio e o incentivo do governo federal e viveu um boom nos últimos anos, o setor moveleiro também necessitava de uma atenção. Esperamos que o sucesso seja o mesmo. Vamos ver como vai funcionar, quando sair, efetivamente, do papel”, pondera.
Fonte: Jornal Diário do Comércio