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Entrevista: Weslen Minardi – Diretor da ARC Ar Comprimido

31/03/17

Em 1986, membros da Família Minardi deixaram a Província de Ancona, na Região de Marche, na Itália, rumo a Minas Gerais. Mais de cem anos depois, o engenheiro mecânico ítalo-brasileiro Weslen Minardi seguiu a vocação do bisavô italiano pela mecânica, e, hoje, comanda os negócios à frente da ARC Ar Comprimido, juntamente com os filhos Leandro e Guilherme Minardi. Em entrevista ao Italia Affari, Minardi conta sobre o atual mercado de atuação da ARC, perspectivas de negócio e investimentos no Bel Paese.

1 – Em quais segmentos a ARC atua?

A ARC iniciou suas atividades em 1984. Somos uma empresa especializada em ar comprimido e comercializamos e locamos compressores, ferramentas pneumáticas e acessórios para tratamento de ar comprimido. Também somos representantes e serviço autorizado da Ingersoll Rand, empresa norte-americana com 140 anos, fabricante de compressores. Temos estrutura nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo. Atuamos em todos os segmentos onde existe a necessidade da aplicação de ar comprimido: indústrias de todas as naturezas, siderurgia, mineração, construção e infraestrutura, petroquímica, concessionárias de serviços públicos, hospitais, laboratórios e empresas de engenharia.

2 – Como tem se comportado o mercado de atuação da empresa no cenário  atual?

Todos os segmentos onde atuamos sofreram retração. Nossos equipamentos são comercializados nas fases de implantação da indústria, em sua expansão e nas reposições por obsolescência. Com a crise econômica, que, de fato, se iniciou em 2009, mas que teve seu ápice em 2014, nossos clientes suspenderam os projetos de implantação e adiaram os projetos de expansão. Os segmentos mais afetados foram: construção, infraestrutura, mineração, siderurgia e autopeças. Os setores menos afetados foram: alimentícios, bebidas, farmacêutico e exportadores de manufaturados.

3 – Qual a ligação atual da ARC com empresas e o mercado italiano?

Temos vários clientes de origem italiana ou que foram iniciados no Brasil por italianos ou por descendentes. Somente para citar alguns, são nossos clientes: Fiat, Magneti Marelli, Sada, Aethra, Tiberina, Stola, CNH, Rima, Lames, Petronas e Iveco.

4 – Em 2017, quais são as expectativas e as oportunidades para a ARC?

Nosso planejamento para 2017 considera a estabilização das vendas na média dos números de 2015 e 2016. O lado positivo da crise foi a necessidade de redução de custos, o que ampliou a busca por eficiência energética por parte de nossos clientes, ampliando o negócio de auditorias das redes de ar com objetivo de reduzir o consumo de energia, eliminação de vazamentos, substituição de equipamentos e motores de baixa eficiência. Este é um ganho permanente de redução de custos.

5 – Seu sobrenome, Minardi, é de origem italiana. Qual a sua relação com a Itália?

Sim! Tenho muito orgulho de ter a cidadania italiana. A família Minardi é da região de Marche, província de Ancona, muitos residem na Senigallia, uma pequena cidade balnearia de 41 mil habitantes, na costa do Mar Adriático, mas que, no verão, recebe 150 mil visitantes.  Meu bisavô, esposa e filhos, nascidos em Scarperzano, migraram para o Brasil no ano de 1896 e fixaram residência em Nova Lima (MG), onde meu bisavô trabalhou como mecânico na Mina de Morro Velho.

6 – Como é a atuação no mercado nacional? Existe a intenção de operar em outros países?

Atuamos em todo território nacional e fazemos esporadicamente exportações de peças para a América do Sul. Nossa matriz está localizada em Belo Horizonte (MG) e temos uma filial na cidade de Serra (ES), ambas com estoques e oficina para manutenção.

No ramo de negócios que atuamos, que é revenda de máquinas e prestação de serviços de manutenção, não vemos perspectivas de sucesso em uma aventura fora do Brasil.

Como perspectiva de diversificação de negócio, visando o futuro de filhos e netos, tenho a intenção de investir em alguns negócios da família no norte da Itália. Iniciamos algumas tratativas em 2012, mas esta decisão tem sido postergada pelo fato de meus filhos, ainda, não terem obtido a cidadania italiana. São negócios na área de alimentação, fabricação de pastas e embutidos de carne e extração de azeite de oliva. São produtos tradicionais, já na quarta geração da família, com ótima reputação na região. Atuaríamos como investidores, visando expandir estes negócios a nível nacional, investindo na logística de distribuição, marketing e vendas. Lá também passam por dificuldades financeiras desde a crise de 2009 e estão descapitalizados para investir na expansão desses negócios.

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