Marco Antônio Soares da Cunha Castello Branco é o presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig). Engenheiro Metalurgista pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Doutor em Engenharia Metalúrgica pela Technische Univertität Clausthal (Alemanha), foi presidente da Usinas Siderúrgicas de Minas Gerais S.A., da Vallourec & Mannesmann (V&M) do Brasil, da V&M France S.A.S. (Boulogne-Billancourt, França) e da V&M Deutschland (Düsseldorf, Alemanha). Presidiu o Conselho de Administração da V&M do BRASIL S.A. (Belo Horizonte) e atuou como membro de outros órgãos, como Conselho Consultivo da Hydac Tecnologia do Brasil, Conselho de Administração da Diferencial Energia Participações S.A., Conselho de Administração da Ternium S.A., Conselho de Administração da V&M Corporation (Houston, EUA), Conselho de Administração da Hüttenwerk Kupp Mannesmann (Düisburg, Alemanha), Comitê Executivo e Diretoria Estatutária da Vallourec S.A. Foi homenageado com a Grande Medalha da Inconfidência e a Medalha Santos Dumont, ambas entregues pelo Governo de Minas Gerais, além de ter recebido outras condecorações, como Ordem do Mérito Legislativo (Câmara Municipal de Belo Horizonte), Medalha Christiano Ottoni (Escola de Engenharia da UFMG) e distinção Industrial do Ano (Federação das Indústrias de Minas Gerais). Atualmente, integra, também, o Conselho de Administração da Cemig e da Copasa.
1 – Atualmente, quais os clusters prioritários no Estado e onde estão localizados? Quais os critérios para essas escolhas?
Os clusters industriais prioritários são aqueles que já alcançaram uma maturidade em termos de número de empresas e volume de negócios, que possuem algum nível de conteúdo tecnológico e prática de inovação e que apresentam potencial de contribuir rapidamente para a diversificação da matriz econômica de Minas Gerais.
2 – Sobre o desenvolvimento de clusters em Minas Gerais, quais as ações efetivas da Codemig para promover esse tipo de investimento?
As principais contribuições que a Codemig pode prestar para o desenvolvimento de um cluster industrial são a identificação e a atração de novas empresas com capacidade de integração ao parque industrial já existente, bem como provimento de instrumentos competitivos de crédito, como Fundos de Direitos Creditórios.
3 – Os benefícios gerados por um polo industrial em uma determinada região são altamente significativos. Em sua visão, como o investimento em clusters potencializa-se como um instrumento de desenvolvimento socioeconômico para Minas?
Os clusters industriais são muito importantes, porque geram sinergias entre as empresas, permitindo compartilhamento de infraestrutura básica, que leva à redução do custo e ao aumento da competitividade global.
4 – De que maneira a grande extensão de Minas Gerais pode gerar um diferencial competitivo para o desenvolvimento de clusters?
A diversidade geográfica de Minas Gerais permite a criação de clusters industriais com aptidões regionais, seja do ponto de vista do uso de recursos, seja no que diz respeito ao atendimento customizado de demandas locais.
5 – Os setores de joias, em Vicenza; de moda e design, em Milão; e de mármore e granito, em Carrara; são clusters de referência mundial. Nesse contexto, quais lições podem ser aprendidas com a Itália?
Os exemplos de sucesso dos clusters italianos revelam que a competitividade de uma indústria a nível global não depende apenas de salários baixos. Dessa forma, eles devem ser usados como fonte de inspiração para o Estado induzir de maneira eficaz a organização de cadeias produtivas eficientes e criar mecanismos de fomento que valorizem o trabalho colaborativo entre suas empresas.
6 – O senhor esteve no comando de grandes corporações privadas nacionais e multinacionais. Como essa compreensão holística do meio empresarial ajuda no planejamento das ações e diretrizes à frente da Codemig?
A experiência no setor privado é fundamental na avaliação e na tomada de decisões que envolvem riscos.