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Entrevista: Cristiane Serpa, diretora-presidente do Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (INDI)

Graduada em Administração com habilitação em Comércio Exterior pelo Centro Universitário UNA e Mestre em Política Econômica Internacional, obtido na Universidade de Tsukuba – Japão. Atualmente é diretora-presidente do Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (INDI) e pesquisadora do Centro de Estratégias e Negócios Internacionais do Ibmec MG e professora do Ibmec MG, professora visitante da Ohio University. Tem experiência na área de Administração, atuando principalmente nos seguintes temas: negócios internacionais, internacionalização de empresas, culturas, negociações, marketing internacional e consultoria empresarial.

1 – Como é desenvolvido o trabalho do Indi na atração de investimentos?

O INDI atua basicamente em duas frentes: atração de empresas que não estão presentes em Minas Gerais e no apoio à expansão das que se encontram no Estado. A primeira frente é trabalhada por meio do envio e recepção de missões governamentais e/ou comerciais internacionais (neste ano já recebemos missões da Bélgica e China e enviamos para Alemanha, China, Chile, Coreia do Sul, Índia, Israel, Holanda e Portugal) e na análise de sinais de investimento de empresas brasileiras e estrangeiras, seguida de serviço de facilitação de novos investimentos.

Já a segunda frente é trabalhada por meio de ações de aftercare, como interlocução no estabelecimento de parcerias comerciais, adensamento de cadeias produtivas e de linhas de crédito (via bancos de desenvolvimentos mineiros) e fornecimento de estudos de inteligência de mercado entre outras.

2 – Quais os diferenciais competitivos de Minas Gerais?

São vários, destaco:

Localização privilegiada: se localiza na região sudeste, próximo aos principais mercados brasileiros e fronteiriço às regiões Centro-Oeste e Nordeste. Em termos de infraestrutura, Minas Gerais possui fácil acesso aos principais portos brasileiros e disponibilidade de voos internacionais para destinos relevantes.

Segundo maior mercado consumidor do Brasil: a Região Sudeste detém 49% do consumo brasileiro, que deve chegar a 3,9 trilhões de reais em 2016. Minas Gerais é o segundo maior consumidor do Brasil, detendo uma parcela de 10,41% do consumo no país, com potencial de consumo de mais de 400 bilhões de reais em 2016.

Educação de qualidade: Minas possui o maior número de universidades federais do País. Três das dez melhores universidades do país estão no Estado. Temos também várias universidades privadas de excelência, além de diversas instituições de ensino técnico. Isso faz com que tenhamos uma ótima qualificação da mão de obra.

Vocação tecnológica: justamente devido à mão de obra excelente, grandes empresas como Fiat, Totvs, Novo Nordisk, Embraer e Google decidiram instalar seus centros de pesquisa e desenvolvimento no Estado.

3 – Existe uma atenção especial em atrair segmentos específicos a fim de diversificar a pauta de exportações mineira? Se sim, quais seriam?

Sim. Além das já desenvolvidas capacidades em mineração e agronegócio, graças aos recursos naturais abundantes, sabemos que Minas Gerais possui outras vocações que podem ser bem desenvolvidas, devido às empresas aqui já instaladas e à mão de obra capacitada. Os setores que são prioritários para atração de novos investimentos neste contexto são: Ciências da Vida (incluindo fármacos, biotecnologia e equipamentos médicos), Tecnologias da Informação e Conhecimento (TIC’s), Energias Renováveis, com foco especial em energia solar, Microeletrônica e Aeroespacial. Políticas públicas, programas de atração e ações de targeting são especialmente elaboradas para esses setores.

4 – Como tem sido a atração de investimentos do Estado em relação a alta tecnologia e serviços avançados?

Minas Gerais tem atraído muitas empresas de base tecnológica e serviços avançados, especialmente por possuir mão de obra especializada e abundante e educação de qualidade. Apesar do momento econômico desafiador, estamos recebendo significativos novos aportes na indústria de alta tecnologia no Estado, como Unitec Semicondutores, Sunew e Biomm. A indústria de alta tecnologia, diferentemente dos setores tradicionais, é a promotora da inovação, única responsável pelo aumento da produtividade e, consequentemente, pelo avanço do desenvolvimento econômico de uma região. Para essas empresas, as oportunidades são imensuráveis, independentemente do momento.

5 – Atualmente, quais são os principais programas de atração de investimentos?

O INDI sabe que as necessidades de cada empreendedor são únicas e, por isso, trabalha de forma customizada para atender as diferentes demandas. Os nossos serviços são todos gratuitos. Dessa forma, o INDI se orgulha de ter apoiado empresas que fizeram Minas Gerais crescer e se desenvolver nas últimas cinco décadas. Uma das nossas primeiras grandes clientes foi a Fiat, que se instalou no Estado na década de 1970. Atendemos outras empresas italianas também, como a Ferrero, que expandiu recentemente sua fábrica em Poços de Caldas, a Iveco e a Landini.

Atualmente, o INDI está especialmente envolvido no apoio aos setores prioritários citados anteriormente, por meio de projetos setoriais específicos, destinados à promoção e desenvolvimento dos nossos arranjos locais. Também estamos divulgando e apoiando os projetos dos nossos parceiros do sistema de desenvolvimento econômico de Minas Gerais. Alguns destaques são a expansão do BH-Tec, parque tecnológico de Belo Horizonte, que está iniciando seus projetos para construção de novos prédios destinados a abrigar empresas de alta tecnologia, e as iniciativas de aporte de capital de risco também em empresas de alto conteúdo tecnológico da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codeming), Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). O INDI é o principal articulador do Estado. A estreita conexão com todos os nossos parceiros faz com que o nosso trabalho seja tão importante para as empresas que desejam investir no Estado.

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