Italiano, nascido em Arezzo, na região da Toscana, Lorenzo é graduado em Engenharia da Computação, tendo, em sua carreira, trabalhado como project manager de aplicação para a internet, em Roma e Florença, além de auditor interno de TI (CISA Certified) pela Fiat por 5 anos. Após transferir-se para Belo Horizonte, abriu, em 2006, uma empresa de importação e comércio de produtos eletrônicos e, desde 2008, é sócio-diretor da La Macelleria (Saporifini Alimentos).
1 – Como surgiu a ideia de criar a La Macelleria?
Surgiu ao identificarmos que o mercado de carnes em Belo Horizonte estava carente de opções. O segmento poderia oferecer mais tipos e raças de qualidade, para atender às crescentes exigências dos chefs e restaurantes. Encontramos aí uma excelente oportunidade de negócio.
2 – Quais os principais desafios em lançar no mercado o conceito de negócio de uma boutique de carnes nobres e restaurante em um único lugar?
Na realidade foi uma passagem quase natural de boutique para restaurante. No início, os próprios clientes sugeriam que abríssemos um espaço para degustação na loja, que servisse os nossos produtos. Resolvemos atender a essa demanda e o restaurante deu super certo.
3 – Com o crescimento da gastronomia gourmet, como você avalia a importância de oferecer produtos diferenciados e de alto padrão de qualidade como um impulso para novos negócios e oportunidades?
O segmento da gastronomia gourmet é muito interessante e está em fase de crescimento. Nós conquistamos os clientes pela qualidade dos nossos produtos e atendimento diferenciado no mercado. Hoje, muitos nossos clientes deixam de comprar carne em supermercados para comprar na loja, por conta do atendimento e pelos preços competitivos, considerando a qualidade Angus oferecida.
4 – A secular tradição italiana em preparar, artesanalmente, carnes curadas, como o presunto cru e salames é admirada em todo o mundo. Você acredita que esses produtos tipicamente italianos têm caído no gosto dos mineiros? De que maneira?
Os mineiros já estão apreciando esse tipo de produto. É preciso um pouco mais de tempo para que seja incorporado na cultura gastronômica local. Acreditamos muito em frios de tipo italiano, por isso abrimos a nossa empresa de produção própria: a Salameria Itália. Produzimos salame, pancetta, bresaola, coppa, porchetta, zampone, entre outros. Por ser totalmente artesanal, nossa produção garante um nível de qualidade excelente, impossível de se alcançar em produtos industriais.
5 – A carne suína é um importante ingrediente da identidade gastronômica de Minas e tradicionalmente consumida nas festas de fim de ano. Quais as semelhanças e preferências que os mineiros e os italianos compartilham por esse tipo de carne?
Italianos e mineiros compartilham de gostos semelhantes, principalmente no quesito gastronômico. Alguns pratos italianos são especialmente apreciados pelos mineiros. O zampone (pata do porco desossada e recheada com carnes e especiarias), por exemplo, não pode faltar nas mesas dos italianos no final do ano, servido com lenticchie (lentilhas) e a porchetta (carne de porco assada), antigo prato italiano servido levemente morno com sal por cima, que tem origens de Ariccia (perto de Roma) e é muito apreciado em Minas. Os dois produtos são bastante procurados na Macelleria.
6 – Além das carnes nobres e curadas, quais outros produtos típicos da gastronomia italiana são encontrados na La Macelleria?
Temos beringela em azeite, mozzarella de búfala, burrata, bruschetta, entre outros.